Brasília, DF
Julho de 2004
APRESENTAÇÃO
Visando a estruturação da estratégia Saúde da Família (PSF), este documento pretende orientar profissionais e gestores municipais de saúde no planejamento, programação e elaboração de projetos, para reforma, ampliação, construção ou até na escolha de imóveis para alugueis de estabelecimento ambulatorial para Unidades de Saúde da Família (USF). Visa, também contribuir para o fortalecimento da Saúde da Família e para a mudança do modelo de atenção à saúde no país, visualizando a USF dentro de uma nova lógica, mais acolhedora e com maior capacidade de ação para atender às necessidades de saúde da população de sua área de abrangência.
Os espaços sugeridos devem ser adequados à realidade local, ao quantitativo da população adstrita e sua especificidade, ao número de usuários esperados que passarão pela Unidade de Saúde da Família diariamente e ao número de equipes de saúde da família previstas para a unidade.
Sabe-se que as mudanças propostas para o novo modelo assistencial, necessitam de uma adequada infra-estrutura física para garantir a eficiência na prestação de serviços e assim, reafirmar o compromisso do SUS – Sistema Único de Saúde com todos os usuários.
Os parâmetros propostos neste documento foram orientados por condicionantes de ordem financeira, funcional e administrativa. Estes fatores delineiam prioridades e estabelecem limites. É importante salientar que nada impede que os municípios estejam ampliando as perspectivas estruturais trazidas, até porque, não se objetiva a padronização das estruturas físicas do PSF, mas sim, auxiliar municípios com dificuldades na definição das questões estruturais.
Este Manual segue os princípios da Resolução da Diretoria Colegiada -RDC nº 50/ANVISA/fevereiro/2002, que dispõe sobre a Regulamentação técnica para planejamento, programação e avaliação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), e em sua descrição de atribuições, descreve como primeiro nível de atendimento Os Estabelecimentos de Atendimento Eletivo de Promoção e Assistência à Saúde em Regime Ambulatorial e de Hospital Dia. No entanto, as Unidades de Saúde da Família são na verdade diferenciadas em seus conceitos gerais, necessitando assim de um tratamento específico, o qual apresentaremos neste manual.
INTRODUÇÃO
Criado em 1994, o Programa de Saúde da Família é uma estratégia de mudança e de organização da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) para a efetiva melhoria das condições de vida da comunidade. Busca acolher integralmente as necessidades de uma comunidade definida por limites territoriais, interferindo nos padrões de produção de saúde e doença e conseqüentemente, melhorando os indicadores de saúde. É um modelo de atenção de caráter substitutivo que, demanda novas práticas, resultando na reorganização do processo de trabalho, o que permite uma nova lógica de estruturação de espaço físico nas Unidades de Saúde da Família.
A equipe de Saúde da Família tem composição multiprofissional e trabalha de forma interdisciplinar. É responsável pela atenção integral à saúde de uma população entre 2.400 a 4.500 pessoas residentes em seu território de abrangência. Deve resgatar, por meio de atendimento humanizado, os vínculos de compromisso e co-responsabilidade entre os serviços de saúde, os profissionais e a população.
Para atingir o objetivo proposto, o trabalho da equipe se inicia a partir do mapeamento do território e do cadastramento da população adstrita. Em seguida é realizado o diagnóstico de saúde da comunidade, com base no qual se faz o planejamento e a priorização das ações a serem desenvolvidas pelos profissionais, tendo em vista a atenção integral à saúde – compreendida como promoção, prevenção, assistência e reabilitação – com enfoque prioritário nas áreas preconizadas pela NOAS/02, que são:
• Saúde da Mulher
• Saúde da Criança;
• Saúde Bucal;
• Hipertensão;
• Diabetes;
• Hanseníase;
• Tuberculose.
A estratégia Saúde da Família tem demonstrado melhora na eficiência e na qualidade dos serviços prestados na atenção básica dos diferentes municípios nos quais foi implantada. Mas, para isso, é imprescindível que o município tenha capacidade para organizar seu serviço de atenção básica à saúde, dispor de instalações adequadas e recursos humanos capacitados e em número suficiente. Deve também garantir recursos financeiros compatíveis com os serviços prestados e sua devida aplicação, visando assegurar a acessibilidade dos usuários.
A Unidade de Saúde da Família (USF) pode ser o antigo Centro de Saúde reestruturado, trabalhando dentro de uma nova lógica, com maior capacidade de ação para atender às necessidades de saúde da população de sua área de abrangência.
A USF se constitui como referência para o primeiro contato do usuário com o sistema de saúde. Não é um local de triagem onde a maior parte dos casos é encaminhada para os serviços especializados. É o local onde cerca de 85% dos problemas mais comuns de saúde da comunidade devem ser solucionados. Portanto, é necessário dispor de recursos estruturais e equipamentos compatíveis que possibilitem a ação dos profissionais de saúde em relação a esse compromisso.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA:
1. Recepção, registro e marcação de consultas.
2. Ações individuais e/ou coletivas de prevenção à saúde
3. Consultas médicas e/ou de enfermagem
4. Consultas e procedimentos odontológicos
5. Coleta de material para exames laboratoriais
6. Realização de procedimentos e cuidados de enfermagem
• Imunizações
• Inalações
• Curativos
• Dispensa e administração de medicamentos
• TRO, etc.
7. Atendimento médico, de enfermagem e de odontologia em urgências básicas.
8. Realização de encaminhamento adequado das urgências, emergências e casos de maior complexidade.
Tendo em vista que a ESF trabalha com uma população delimitada (entre 2.400 e 4.500 pessoas) e considerando a premissa da interdisciplinaridade, a utilização dos espaços físicos deve ser pensada de uma nova forma, superando na organização do processo de seu trabalho a lógica de espaços exclusivos e permitindo a utilização dos mesmos de forma compartilhada, entre diferentes profissionais e atividades.
Considerando ainda, que o processo de trabalho da ESF demanda além de atendimentos na USF, atividades extramuro exercidas pelo médico, enfermeiro e outros profissionais, como visitas e/ou consultas domiciliares, reuniões com a comunidade e outras o que favorece que os espaços destinados aos consultórios sejam compartilhados com as diversas programações e os demais membros da equipe.
SUGESTÕES DE ESTRUTURA DE UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA DE ACORDO COM O NÚMERO DE EQUIPES IMPLANTADAS E A COBERTURA POPULACIONAL
Nº de Equipes Saúde da Família trabalhando na USF População Coberta
1 ESF De 2400 a 4500 pessoas
2 ESF De 4800 a 9000 pessoas
3 ESF De 7200 a 13500 pessoas
“Numa casa de caboclo, como dizem os caipiras, um é pouco, dois é bom, três é demais. No mesmo estilo desatento à gramática, pode-se dizer que, na USF, uma equipe de Saúde da Família pode ser pouco, duas é bom, três é o máximo recomendável” (Guia Prático do PSF/MS/2002).
O Ministério da Saúde não tem recomendado que trabalhem, numa mesma USF, mais que 3 ESF devido às dificuldades de organização de agenda e dos fluxos operacionais que garantam as mudanças de práticas de saúde, necessárias ao modelo de atenção proposto pela estratégia de Saúde da Família. Entretanto, em realidades em que já se dispõe de uma rede física instalada que comporte um número maior de equipes, e que a população a ser atendida apresente características de alta densidade, é possível prever mais que três equipes desde que se assegure um número de salas adequado à realização das atividades, em especial o numero de consultórios, e que seja assegurado o acesso de toda a população à unidade (acesso a pé).
ESTRUTURA SUGERIDA PARA A USF COM UMA ESF
AMBIENTES NÚMERO DE SALA OU ESPAÇO
Recepção e sala de espera para pacientes e acompanhantes 1
Consultório com sanitário 1
Consultório 1
Sala de procedimentos 2
Almoxarifado 1
Consultório de odontologia
(com área para escovário) 1
Área para compressor e bomba a vácuo 1
Área para depósito de material de limpeza (DML) 1
Sanitário
(para usuários) 2
Copa / Cozinha alternativa 1
Sala de utilidades 1
Área para reuniões e educação em saúde 1
Abrigo de resíduos sólidos 1
Se a USF proceder à esterilização no local
Sala de recepção, lavagem e descontaminação* 1
Sala de esterilização e estocagem de material esterilizado 1
* Pode ser substituída pela sala de utilidades, se essa for contígua à sala de esterilização e estocagem de material esterilizado.
ESTRUTURA SUGERIDA PARA A USF COM DUAS ESF
AMBIENTES
NÚMERO DE SALA OU ESPAÇO
Recepção e sala de espera para pacientes e acompanhantes 1
Consultório com sanitário 1
Consultório 3
Sala de procedimentos 3
Almoxarifado 1
Consultório de odontologia (com área para escovário) 1
Área para compressor e bomba a vácuo 1
Sanitário 3
Copa / Cozinha alternativa 1
Área para depósito de material de limpeza (DML) 1
Sala de utilidades 1
Área para reuniões e educação em saúde 1
Abrigo de resíduos sólidos 1
Se a USF proceder à esterilização no local
Sala de recepção, lavagem e descontaminação* 1
Sala de esterilização e estocagem de material esterilizado 1
* Pode ser substituída pela sala de utilidades, se essa for contígua à sala de esterilização e estocagem de material esterilizado.
ESTRUTURA SUGERIDA PARA A USF COM TRÊS ESF
AMBIENTES
NÚMERO DE SALA OU ESPAÇO
Sala de espera para pacientes e acompanhantes 1
Recepção – área para registro de pacientes 1
Área para arquivo médico - junto à recepção 1
Consultório com sanitário 2
Consultório 3
Sala de vacina 1
Sala de Curativos 1
Sala de Nebulização 1
Sala de procedimentos 2
Sala de armazenamento e distribuição de medicamentos/ farmácia 1
Almoxarifado 1
Consultório de odontologia
(Obs.: com 2 equipos odontológicos na Modalidade II) 1
Área para compressor e bomba a vácuo 1
Escovário 1
Sanitário 3
Gerência e Administração 1
Depósito de lixo 1
Sala de arsenal (estoque material limpo) 1
Depósito de Material de Limpeza (DML) 1
Copa / Cozinha alternativa 1
Sala de Reuniões e educação em saúde 1
Sala de utilidades 1
Abrigo de resíduos sólidos 1
Se a USF proceder à esterilização no local
Sala de recepção, lavagem e descontaminação* 1
Sala de esterilização e estocagem de material esterilizado. 1
* Pode ser substituída pela sala de utilidades, se essa for contígua à sala de esterilização e estocagem de material esterilizado.
CONSIDERAÇÕES DE CADA AMBIENTE INTERNO:
1. SALA DE ESPERA PARA PÚBLICO:
Definição: Espaço destinado aos usuários do serviço e seus acompanhantes que aguardarão o atendimento pela ESF.
Características:
USF para 1 ESF - Área física para comportar aproximadamente 20 pessoas.
USF para 2 ESF - Área física para comportar aproximadamente 40 pessoas.
USF para 3 ESF - Área física para comportar aproximadamente 60 pessoas.
Prever instalação de: quadro de avisos, bebedouros, cadeiras, suporte suspenso para televisão e vídeo, telefone público e ventilador, exaustor ou ar condicionado.
Obs.: Para as USF com uma ou duas ESF, o espaço da sala de espera e da recepção podem fazer parte do mesmo ambiente interno.
2. SALA DE RECEPÇÃO:
Definição: Espaço destinado à informação, registro, agendamento e encaminhamento.
Características:
USF para 1 ESF – Espaço para arquivo com capacidade para cerca de 4.500 prontuários
USF para 2 ESF – Espaço para arquivo com capacidade para cerca de 9.000 prontuários
USF para 3 ESF - Espaço para arquivo com capacidade para cerca de 13.500 prontuários
Obs.: Em 1 metro linear arquiva-se aproximadamente 4000 prontuários individuais. É recomendado que o arquivamento dos prontuários individuais seja organizado de forma a serem agrupados por família.
Prever instalação de: balcão e/ou bancadas com altura de mesa, prateleiras, computadores e telefones.
3. INSTALAÇÃO SANITÁRIA
Características: Ambiente interno com lavatório e bacia sanitária.
USF para 1 ou 2 ESF – Um sanitário deve ter seu acesso por um dos consultórios.
USF para 3 ESF – Dois consultórios devem ter sanitário anexo, com seu acesso pelo consultório.
Prever instalação de: vaso sanitário, mictório, lavatórios, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, espelho, porta-papel higiênico, porta-papel toalha, porta-dispensador de sabão líquido, lixeira com tampa e pedal e, nos consultórios anexos a consultórios, ducha higiênica.
4. CONSULTÓRIO
Espaço destinado ao atendimento individual, devendo ser compartilhado pelos profissionais da equipe, obedecendo a uma programação previamente estabelecida. Dessa forma, o consultório passa a não ser exclusivo do médico e/ou do enfermeiro, uma vez que a equipe de Saúde da Família é multiprofissional e trabalha de forma interdisciplinar executando atividades intra e extramuro.
Características gerais: O layout adotado deverá dar condições de se fazer atendimento em mesa de escritório, com o usuário e o acompanhante sentados, e atendimento em mesa de exame clínico.
Prever instalação de: lavatório com torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, porta-papel toalha, porta-dispensador de sabão líquido, mesa de exame clínico ou mesa ginecológica para exame, lixeira com tampa e pedal, telefone e computador.
Obs.: Área mínima de 9 m2 com dimensão mínima de 2,20m.
5. SALA DE PROCEDIMENTOS
Definição: Espaço destinado à realização de procedimentos tais como: administração de imunobiológicos e de medicação injetável, realização de curativos, coleta de material para análises clínicas, observação e terapia de reidratação oral.
Características gerais: Por se tratar de um espaço destinado ao compartilhamento de procedimentos por toda a equipe, deve ser levado em conta o planejamento das atividades. A equipe deve programar horário para a execução dessas atividades, de forma a possibilitar que sua realização se dê respeitando as condições técnicas necessárias.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, porta-dispensador de sabão líquido, lixeira com tampa e pedal, telefone, geladeira. Neste ambiente deve ser previsto, também, espaço que comporte camas, macas ou cadeiras de observação que servirão de leitos de observação de curta permanência, além de cadeiras para a acomodação de pacientes para realização de nebulização.
Obs.: Evite luz solar incidente. Área mínima: 9,00m2.
6. SALA DE VACINAS
Definição: Espaço destinado à administração de imunobiológicos e de medicação injetável.
Características gerais: Por se tratar de ambiente que será utilizado em boa parte por usuários sadios, na determinação dos fluxos de pacientes, preveja a localização desta sala, de forma que o usuário não transite nas demais dependências da USF. A equipe deve programar horário para a execução dessa atividade, de forma a possibilitar que sua realização se dê em uma das salas de procedimentos, respeitando as condições técnicas necessárias.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, porta-dispensador de sabão líquido, lixeira com tampa e pedal, telefone, geladeira e computador.
Obs.: Evite luz solar incidente. Área mínima: 6,00m2.
7. ESPAÇO PARA COLETA:
Definição: Espaço destinado à coleta de material para análises clínicas, a ser encaminhado ao laboratório. A equipe deve programar horário para a execução dessa atividade, de forma a possibilitar que sua realização se dê em uma das salas de procedimentos, respeitando as condições técnicas necessárias.
Características gerais: Sua localização deve ser prevista de forma que o usuário não transite nas demais dependências da USF.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, lixeira com tampa e pedal, porta-dispensador de sabão líquido e mesa para exame clínico.
Obs.: Área mínima: 6,50m2.
8 . SALA DE NEBULIZAÇÃO:
Definição: Espaço destinado à administração de medicação inalatória em pacientes.
Características gerais: Sala que comporte cadeiras ou bancos que servirão para a acomodação dos pacientes durante o procedimento.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, lavatório, armários sobre e/ou sob bancada, porta-papel-toalha, porta-dispensador de sabão líquido, lixeira com tampa e pedal e nebulizador ou balas de oxigênio (presas em suporte).
9. SALA DE CURATIVOS:
Definição: Espaço destinado ao tratamento de lesões.
Características gerais: Deve ser previsto acesso de forma que o usuário não necessite transitar pelas demais dependências da USF. A equipe deve programar horário para a execução dessa atividade, de forma a possibilitar que sua realização se dê em uma das salas de procedimentos, respeitando as condições técnicas necessárias.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, lixeira com tampa e pedal e porta-dispensador de sabão líquido.
Obs.: Ambiente próximo da sala de lavagem e descontaminação/sala de utilidades. Área mínima: 9,00 m2.
10. ALMOXARIFADO:
Definição: Local destinado à guarda materiais diversos.
Características gerais: O almoxarifado deverá dispor de prateleiras e estar limitado ao acesso de funcionários.
USF para 1 ou 2 ESF – Sugere-se que este ambiente seja anexo à recepção, sendo destinado ao arquivo de prontuários e ao armazenamento de medicamentos e de materiais de expediente. Lembramos que, nesse caso, devem ser respeitadas as normas técnicas para armazenamento de medicamentos.
Prever instalação de: estantes e armários com portas.
Obs.: área mínima de 3,00 m2.
11.CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO:
Definição: Destinado às ações de assistência à saúde bucal.
Características gerais: Para elaboração do layout, utilizar o detalhe do equipamento odontológico (fornecido pelo fabricante) e observar projetos de instalações especiais. Prever iluminação de teto que não ofusque a vista do usuário.
- USF para 1 ou 2 ESF: sugere-se que a área para realização de escovação seja contígua ao consultório odontológico (pia e espelho ou escovário).
Prever instalação de: bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, lavatório (pia), armários sobre e sob bancada, caixa sifonada com tampa em aço inox, cadeira odontológica, equipo odontológico, bomba a vácuo, compressor, porta-papel-toalha, porta-saboneteira para sabão líquido, lixeira com tampa e pedal, telefone e computador.
Obs.: Sala com dimensões mínimas de 3,50x 3,00m.
Se a ESB for Modalidade II (composta de ACD, THD, CD), deve conter 02 equipos odontológicos no consultório, pois o THD desenvolve ações clínicas específicas.
12. ESCOVÁRIO:
Definição: Destinado à educação em escovação.
Características gerais: Espaço dimensionado para receber instalação de lavatórios com espelho.
Prever instalação de: lavatórios, espelhos, porta papel – toalha, porta-saboneteira para sabão líquido e lixeira com tampa e pedal.
13. ÁREA PARA COMPRESSOR E BOMBA:
Definição: Espaço destinado a abrigar compressor e bomba a vácuo, indispensáveis para o funcionamento da odontologia.
- Características gerais: A distância máxima do compressor ao consultório de odontologia é de 7 metros, não podendo ficar instalado em nível superior ao nível do consultório. O local deve garantir a segurança do equipamento e a proteção contra intempéries. Prever tratamento acústico visando diminuir a emissão de ruído.
14.SALA DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS:
Definição: Espaço destinado à recepção guarda, controle e distribuição de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.
Características gerais: Deverá dispor de prateleiras e estar restrito ao acesso de funcionários.
Prever instalação de: prateleiras, armários e computador.
Obs.: observar questões de segurança na definição de fluxos e acesso.
15. CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO - CMS (SIMPLIFICADA):
Definição: Espaços destinados à recepção, limpeza, preparo, esterilização guarda e distribuição do material, devendo seguir o fluxo de trabalho em linha, de acordo com a seqüência abaixo.
15.1 SALA DE RECEPÇÃO, LAVAGEM E DESCONTAMINAÇÃO OU SALA DE UTILIDADES: (quais as diferenças entre essas duas salas?)
Características gerais: Ambiente medindo no mínimo 2,00 x 2,00m. Comunicando-se com a área de esterilização através de guichê (medindo 50 x 50cm) com porta de abrir.
- Prever visores entre esta sala e a de esterilização, bancada com bojo medindo 50(L)x40(c)x40(p), localizado no eixo da bancada.
Prever instalação de: bancada com pia, pia de despejo, ducha para lavagem e lixeira com tampa e pedal.
15.2 - SALA DE ESTERILIZAÇÃO E ESTOCAGEM DE MATERIAL ESTERILIZADO:
Características gerais: Ambiente medindo no mínimo 3,00 x 2,50m, comunicando-se com a sala de lavagem e descontaminação através de guichê (medindo 50 x 50cm) com porta de abrir, bancada seca (sem bojo).
Prever instalação de: bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e/ou sob bancada, autoclave (sobre bancada), guichê de distribuição de material, lavatório e exaustor.
17 - ÁREA DE REUNIÃO:
Definição: Espaço destinado a atividades educativas em grupo.
Características gerais: Prever acesso de forma que os usuários não necessitem transitar nas demais dependências da USF.
Prever instalação de: Quadro negro e/ou branco, quadro mural, telefone, televisão, vídeo, computador, retroprojetor, tela de projeção e outros equipamentos de mídia.
18 - ADMINISTRAÇÃO E GERÊNCIA:
Definição: Local destinado às atividades administrativas da USF.
Características gerais: sala de bom acesso a funcionários e usuários.
Prever instalação de: Quadro mural, telefone e computador.
19 - COPA:
Definição: Local destinado ao preparo de lanches para funcionários.
Características gerais: sala de bom acesso a funcionários.
USF para 1 ou 2 ESF: quando não for possível garantir sala específica para depósito de material de limpeza, sugere-se prever espaço para depósito desses materiais na copa/cozinha.
Prever instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, lixeira com tampa e pedal, armários sobre ou sob bancada, fogão, geladeira.
20 – ABRIGO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (DEPÓSITO DE LIXO):
Definição: Local destinado ao acondicionamento do lixo aguardando remoção pelo serviço de limpeza urbana.
Características: observar fechamento devido às questões de segurança do lixo contaminado (lixo hospitalar). Prever separação entre resíduo comum e biológico.
21 - ÁREA PARA DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA;
Definição: ambiente destinado à guarda de materiais de higienização da edificação.
Características: prever instalação de tanque e armário ou estante.
Definições Importantes:
Área - ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das faces.
Sala - ambiente envolto por paredes em todo seu perímetro e uma porta.
Sanitário - ambiente dotado de bacia (s) sanitária(s) e lavatório (s).
Banheiro - ambiente dotado de bacia(s) sanitária(s), lavatório(s) e chuveiro(s).
O planejamento deverá observar também as normas e portarias em vigor em nível municipal, estadual e federal, como a NBR – 9050 da ABNT.
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS A SEREM OBSERVADAS:
A estrutura das Unidades de Saúde da Família deve enfocar as instalações elétricas e hidráulicas, ventilação, luminosidade, fluxo de usuários e facilidade na limpeza e desinfecção.
VENTILAÇÃO
A ventilação adequada é imprescindível para se manter a salubridade nos ambientes da USF. Recomenda-se que todos os ambientes disponham de janelas ou de ventilação indireta adequada (exaustores), possibilitando a circulação de ar.
LUMINOSIDADE
Recomenda-se que todos os ambientes sejam claros , com o máximo de luminosidade natural possível.
_ PISOS E PAREDES
Os materiais de revestimentos das paredes, tetos e pisos devem ser todos laváveis e de superfície lisa.
COBERTURA:
Recomenda-se evitar as calhas internas, embutidas e confinadas. Evite também lajes planas impermeabilizadas sem cobertura de proteção.
MATERIAIS DE ACABAMENTO
Não utilize materiais rugosos, porosos ou texturizados no acabamento, exceto para os ambientes administrativos ou gerenciais.
FLUXO DE PESSOAS E MATERIAIS
Todo o projeto da estrutura física da USF deve considerar adequações que permitam o acesso de pessoas deficientes e de pessoas com limitações, como rampas de acesso, portas com dimensões ampliadas, maçanetas do tipo alavanca, barras de apoio,etc.
Preocupe-se em restringir o acesso desnecessário de usuários aos ambientes, com o objetivo de se conseguir maior controle de transmissão de infecção. Sugere-se que algumas áreas sejam de tráfego restrito, especialmente os ambientes que tendem a ser mais contaminados, como a sala de procedimento.
Os corredores para circulação de pacientes devem ter largura de 120cm.
Caso necessite de planejamento de rampas, consultar tabela da NBR 9050 da ABNT.
AS PORTAS
As portas devem ser revestidas de material lavável
Os puxadores nas portas devem ser de acesso a pessoas portadoras de deficiência, dar preferência às maçanetas de alavancas.
AS JANELAS:
Recomenda-se a utilização de materiais de maior durabilidade e que ofereçam facilidade de manutenção (alumínio ou PVC)
Recomenda-se a utilização de materiais que propiciem segurança e privacidade dos ambientes.
Prever uso de telas mosqueteiras em áreas de grande incidência de insetos
- LAVATÓRIO E PIAS
RDC Nº 50 - cap. de controle de infecções
BANCADAS, ARMÁRIOS E ESTANTES.
O planejamento de bancadas, balcões, mesas, armários e prateleiras deverão ser em superfície lisa, duradoura e de fácil limpeza e desinfecção.
Os armários e estantes, deverão ser interna e externamente lisos, preferencialmente protegidos por pintura lavável ou outro material que possibilite a fácil limpeza.
Recomenda-se que estejam suspensos ou apoiados sobre soco (revestido com o mesmo material de acabamento do piso) a 10cm do piso.
Prefira acabamentos arredondados, facilitam a limpeza e evitam ferimentos nos trabalhadores e usuários.
ÁREA EXTERNA
Prever passeio de proteção no perímetro externo da edificação.
Não use vegetação faceando a alvenaria.
Materiais de boa qualidade, especialmente na hidráulica e elétrica evitam transtornos e gastos com a manutenção predial.
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